"Ex libris" significa "dos livros de", é também uma vinheta que se cola nos livros com o nome do proprietário. O BITS, Grupo de Pesquisa Informação, Cultura e Práticas Sociais, é a vinheta sob a qual discutimos interesses diversos ligados às Ciências Humanas e realizamos nossas leituras sobre o mundo atual. Reforçamos aqui este caráter de buscador de conhecimentos, de reflexões sobre o mundo e a vida nessa sociedade digital.

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sexta-feira, julho 23, 2010

Argumentos

Essa dica procura definir o que é um argumento e explicar porque precisamos deles em nossos ensaios acadêmicos.

Argumentos estão em todo lugar

Você talvez se surpreenda ao ouvir que a palavra "argumento" não têm que estar escrita em lugar algum em seu ensaio, paper ou artigo para ser um parte importante de sua tarefa. Na verdade, criar um argumento  — expressando um ponto de vista sobre um assunto e apoiando-o em evidências — é sempre o objetivo da escrita acadêmica. Seus professores podem assumir que você sabe disso e assim podem não explicar a importância dos argumentos para você na sala de aula. Nevertheless, if your writing assignment asks you to respond to readings and class discussion, your instructor likely expects you to produce an argument in your paper.
A maioria do material que você estuda na faculdade é ou foi debatido por alguém, em algum lugar, em algum momento. Mesmo quando o material que você lê ou ouve é apresentado como simples "fato," pode ser apenas a interpretação de uma pessoa de um conjunto de informações. Em seus escritos, os professores podem solicitá-lo a questionar esta interpretação e defendê-la, refutá-la ou oferecer um ponto de vista alternativo. Nos trabalhos escritos, você quase sempre necessitará fazer mais do que apenas apresentar informações que reuniu ou regurgitar fatos que foram discutidos em sala de aula. Você precisará selecionar um ponto de vista e fornecer evidências (em outras palavras, usar "argumentos") para formar o material e oferecer sua interpretação do material.
Se você pensa que "fato," não argumento, comanda o pensamento inteligente, considere estes exemplos. Em algum ponto, as grandes mentes da Europa Ocidental acreditavam firmemente que a terra era plana. Eles assumiam que este era um fato simplesmente irrefutável. Você é capaz de discordar agora porque as pessoas que confundiram argumento com culpa tentaram estabelecer um melhor argumento e provar o contrário. Diferenças de opinião é a maneira pela qual o conhecimento humano se desenvolve e acadêmicos, assim como seus professores gastam suas vidas engajados em debates sobre o que pode ser entendido como "verdade", "real" ou "certo" em seus campos, eles querem que você se envolva em tipos similares de pensamento crítico.
Argumentação não é apenas o que seus professores fazem. Todos nós usamos a argumentação na nossa vida cotidiana, e você provavelmente já tem alguma habilidade de elaborar um argumento. Quanto mais você melhora suas habilidades nesta área, melhor você será em pensar de forma crítica, arrazoar, fazer escolhas e pesar evidência.

Leitura Metodológica

Uma leitura metodológica ou crítica é uma apreensão do método utilizado por cada autor para a elaboração de um trabalho.

Para isso devemos levar em conta:

1. Informações sobre o autor do texto e sua linha teórica. Situar o autor dentro do referencial teórico da antropologia, da sociologia ou da ciência política e, se for o caso, se um texto é jornalístico, com entrevistas ou um diário de campo, de uma viagem etc.

2. Explicitação da estrutura dos capítulos do livro ou do texto. No caso de um texto, há uma introdução, as argumentações do desenvolvimento e uma conclusão final. É essa estrutura que deve ser explicitada e mostrada.

3. Explicitação também dos objetivos da pesquisa. Qual a pergunta que o autor queria responder (o problema) com a investigação? Ele chega a alguma conclusão, a uma resposta?

4. O autor se utiliza de que conceitos e noções? Separar, nos textos, quais são as principais noções e conceitos utilizados pelos autores. Conceitos são mecanismos mentais que permitem conhecer tanto a natureza externa e também a realidade social. Eles são utilizados como ferramentas mentais que tornam possível o conhecimento por parte do intelecto, bem como a operacionalização da ciência (Tirei isso daqui Mundo dos Filósofos).

Por exemplo, quando Durkheim definiu o que era fato social, a primeira coisa que disse é que eles deveriam ser rigorosamente descritos, para deixar claro do que se está falando, daí o seu estudo sobre o suicídio, definindo-o, classificando-o etc. São passíveis de serem conceituados também, crime, máfia, exército, bruxaria, a amante, magia etc. Todos os textos vão trabalhar com um fenômeno social através de uma abordagem singular. É isso que deve ser percebido e demonstrado na apresentação.

5. Observação de como o autor afirmou ter realizado a coleta de dados, como ele chegou junto ao seu objeto e informantes de campo e como ele trabalhou para conseguir os dados. Que tipo de dados conseguiu em cada um dos trabalhos? Eram de natureza quantitativa ou qualitativa? Conseguiu através de que instrumento: história de vida, observação participante, entrevistas informais, entrevistas estruturadas, documentação em algum órgão público ou entidade etc.

Todas essas considerações devem ser levadas em conta em uma leitura metodológica, para nosso amadurecimento como pesquisadores e também para aprender com a experiência dos outros.