MACHADO, Roberto. Ciencia e Saber: a trajetória da arqueologia de Michel Foucault. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1981.
Um trecho do livro que fala sobre Canguilhem.
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A história epistemológica de Georges Canguilhem
A filosofia de Canguilhem é uma epistemologia, no sentido de uma consciência crítica dos métodos atuais de saber adequado a seu objeto. É também “uma investigação sobre os procedimentos de produção do conhecimento científico; é uma elucidação das démarches características da ciência; é uma avaliação da racionalidade científica; em suma, é uma análise da cientificidade” <17>.
Ele defende uma epistemologia regional, i.é, “não aceita ou postula a existência de critérios universais de racionalidade ou de cientificidade; procura explicitar os fundamentos de um setor particular do saber científico”. Nesse sentido, se assemelha a Bachelard.
Seu projeto de epistemologia se constrói através de uma reflexão histórica sobre as ciências. Tanto em Canguilhem, quanto em Bachelard, a filosofia se caracteriza por ser uma epistemologia histórica e também uma história epistemologia histórica .